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Lembro-me bem de quando trocamos e-mails e eu o convidei para dar uma passada no PlayBall ver um dos jogos do Chuteira. Ragazzo queria entrar no Chuteira e foi a deixa para ele conhecer. A contar o que rolou naquele dia em que o encontrei pessoalmente – uma tremenda confusão entre Joga 13 e Melville, numa semifinal em que o 13 foi eliminado com um gol no último minuto – ele não se empolgaria em voltar.


Habemus Papam: na montagem de Vinicius Bento, o sentimento quanto à figura de Ragazzo


De fato, Ragazzo não se empolgou. Tinha seus gols guardados para outros torneios, outras diversões. Entretanto, certo dia, contato mantido, Série Bronze às vésperas de iniciar, Ragazzo voltou à tona. Nascia o Carrossel Cevadês, o time que deixou como legado o Caio Fleischmann ao Chuteira.

O Carrossel durou um semestre. Foi um fiasco. Na pressa em que foi montado, não tinha como ser diferente. Melhor para nós, já que o Ragazzo embarcou no Projeto CAV e viu que o negócio dele era um outro projeto, menos sério e mais divertido, menos profissional e mais fanfarrão. Daí para chegar ao “Projeto Invictus” foi um pulo. Eu mesmo o chamei, praticamente o intimei, a jogar conosco (quando eu ainda entrava para jogar). Ragazzo, comedido, aceitou. E daí em diante teve início um “case de sucesso”, como apelidamos a evolução do time nos últimos 2 anos – de saco de pancada a time minimamente organizado que chegou longe na última edição da Bronze mantendo a essência da amizade e união, sem ser o futebol o leitmotiv para fazer parte.

No Invictus, Ragazzo, com suas madeixas grisalhas, fez amigos. Do Invictus para outros times foi um pulo. Quem não conhece o cara não percebe o quanto ele é bem sucedido no marketing pessoal. Ele se vende com extrema simpatia e excelência, mas não vende uma imagem, um simulacro, vende sim sua essência. Quem compra sabe o que está levando.

O marqueteiro dentro de Ragazzo me fez comprar seu primeiro livro de ficção, “72 Horas para Morrer”, lançado ano retrasado. Assassino serial, suspense, sangue, morte, tudo temperado com requintes de crueldade que poucos teriam estômago para aguentar. Ragazzo deve ter sofrido para tirar da cachola os diversos e criativos crimes que o detetive Fontana tenta desvendar. Eu e muitos outros do Chuteira lemos o “72 horas para Morrer” em bem menos de 72 horas. Dois, máximo três dias. O livro do Ragazzo foi assunto para um final de ano. O final do livro (não conto, não conto, não conto!) foi assunto para um ano inteiro...

De literatura, de futebol, de música (Judas o quê, Ragas?), de mulher (ops!), de relacionamento, de filhos, da vida, de tudo Ragazzo fala com tom de mestre. Não que seja um especialista na área (ao menos não em todas) ou carregue na arrogância, mas sim porque traz em sua fala tamanha convicção que é quase impossível alguém colocá-lo em xeque. Tente e você terá o contra-ataque. (Nunca joguei xadrez com ele, mas é como aquele jogador que sempre escapa com seu rei, por mais que você tente cercá-lo por todos os lados. Você acha que está com o jogo ganho, que é questão de tempo, e quando você está a persegui-lo, concentrado em matá-lo, abre a guarda e sente na carne a lâmina a te ferir, aí sim mortalmente.)

Fora isso, o senso de humor, a agilidade de improviso e sacadas humorísticas fazem de Ragazzo aquele cara que você não deve nunca (NUUUUNCA) desafiar para um duelo de tiradas em público (nem no Facebook, atenção). Vá sacanear o Ragazzo e você saberá o que é ser humilhado... O Bento já aprendeu isso, tanto que hoje, ao ser sacaneado, ele aplaude. Afinal, quem ousa desafiar aquele que sabemos superior?



Ragazzo e Bento, a vítima preferencial de seu senso de humor


Não há diversão maior que ter o Ragazzo ao seu lado. Quarentão, espírito jovem, apesar de trabalhar com a morte, traz mais vida em si que qualquer outro que por mim passa. Daí o baque que me foi saber do problema de saúde que o abateu repentinamente. Dor de cabeça e febre em um dia, hospital no outro e no terceiro já estava na mesa de cirurgia. Faltando 3 dias para a estreia no Chuteira de Bronze, o Invictus perdeu sua referência dentro e fora de campo. Perdeu o responsável pela maior parte dos gols da equipe, perdeu o puxador de assuntos polêmicos ao lado da cerveja, perdeu o piadista nato a deixar no chinelo qualquer desses comediantes que ficam em pé.

Diante da doença, da cirurgia, da recuperação que se inicia, da luta contra um mal que não se sabe por que se abateu sobre um ser que só exala alegria, saiu temporariamente de cena Ragazzo, 1,90m, 88 kg, casado, 2 filhos, muitos gols pelo Invictus, 17 companheiros de equipe, centenas de amigos e ao menos um imenso fã que, diante da situação que se mostrou, não conseguiu ir muito além de escrever este texto para desejar a Ragazzo uma recuperação rápida e retorno breve.

Ragazzo, meu caro, aquele abrazzo!

PS – Após este texto ser escrito fico sabendo que Ragazzo está bem e deve voltar ao Chuteira neste mês de abril. Jogar talvez seja cedo demais, mas para retomar as risadas já passou da hora.
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