Resolvi me perguntar o porquê deste desespero, desta ansiedade louca para viver tudo novamente, afinal qual a diferença se eu jogo outros torneios com meu time, praticamente sem interrupção, entre um Chuteira e o próximo?
 
Acho que a resposta para essa pergunta está espalhada nesses quase 9 anos de convivência semanal com todos que fazem parte do campeonato (organização, jogadores, árbitros, torcidas, fisioterapeutas, funcionários do Playball...).
 
Sinto falta de tudo relacionado ao Chuteira na entressafra de um para o próximo: procurar vaga no estacionamento, as brincadeiras entre a galera nos corredores, as cervejas tomadas antes, durante e depois dos jogos, o desespero pra galera do time chegar pois já está quase na hora do jogo começar e ainda não temos número suficiente, acompanhar os jogos de todas as divisões, discutir os times e fazer previsões, ler as matérias de TODOS os jogos no site, acompanhar classificação, torcer, secar, fazer amigos e reclamar de árbitros. Também sinto falta de times que se foram, amigos que não vejo mais. Lembro de momentos que vivi ali (uma lesão muito séria, final da Ouro no longínquo IV Chuteira, rebaixamentos, minha festa de casamento feita no PlayBall pois tinha rodada e eu tinha que jogar...), as brincadeiras com o pessoal do bar, enfim, cada pequena coisa que faz parte e que, não sei explicar por que, não sinto em torneios alheios.
 
O Chuteira é praticamente uma necessidade, eu simplesmente não sei viver sem este campeonato, sem a atmosfera de competição e amizade que aprendi a cultivar com os adversários de times como Joga 13, SNG, Irado’s, Fora de Série, The Veras, Elefantes Indomáveis, Invictus, Roleta Russa e tantos outros que enfrentei, treinei, gritei junto e, principalmente, cornetei durante todos esses anos.
 

Pode parecer chato escutar as groselhas de tanta gente como Gui Fenômeno, Renê “RR”, M1, Louiz, Bizú, Plec, Alemão “mão de alface”, Panela, Cipó, Botana, Chacha, Sucão, “Tiozinho” Ragazzo, Memé, Zeca, Muriloko, etc., mas na verdade são esses momentos de troca de “gentilezas” e de experiências que fazem a diferença e aumentam minha ansiedade para que comece o Chuteira.
 
Acho que descobri o que me deixa agoniado para que o Chuteira comece logo (e essa semana que não passa...): não é só o torneio em si, que eu considero muito bom e de alto nível, mas são vocês que estão lendo este texto!  A interação e laços de amizade que forjamos após tanto tempo juntos, a certeza que chegarei pra mais um semestre e verei os gols de Toretta, Lele, Balãotelli, os frangos do Johnny, It, Spiga, as sarrafadas do Lucão, Léo, Preto, e a marra de personagens como Caio Fleichman e Bollito. É isso tudo que faz toda a diferença!!!
 
VEM SÁBADOOOOOOOOOOOOOO!!!!

Luciano Rosenthal, o Lói, é jogador do Acidus desde 2007 e um apaixonado pelo Chuteira. Casou no PlayBall porque não queria perder um jogo do seu time