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Dirigindo atualmente Invictus e Fora de Série, Leandro Dias é figura carimbada em qualquer roda de resenha e gelada; seu estilo parceiro, camarada, justo, contrasta com a exigência e determinação dentro de campo


Ter ou não ter um técnico, eis a questão. Eis um dos maiores dilemas das equipes amadoras de society. Se for escolhido um brother, conhecido da maioria do elenco, é aquele amigo que vai fazer as trocas e só. Impor estilo, peitar amigos e não deixar algum jogar por questões técnicas já fica complicado. Se for um entendido do assunto, com especialização, sem vínculos afetivos com o elenco, pode gerar narizes torcidos. Qual seria, então, a fórmula mágica?
 
Leandro Dias pode ser uma das respostas possíveis. Ele é estudado, viveu muito no meio do futebol e sabe como ninguém a hora de bater e a de assoprar, sabe ser amigo e professor, sabe a hora de beber junto e resenhar com a hora de definir posicionamento e jogadas táticas. Ele é uma mescla do amigo parceiro com o professor exigente.
 
Hoje em dia ele é conhecido de quase todos, até famoso pelos seus trabalhos recentes e atuais à frente de Invictus e Fora de Série, ao qual levou o primeiro de, antes uma equipe preterida pouco levada a sério, a um patamar mais alto, de alta competitividade brigando para chegar à Série Ouro. Só que para chegar ao nível de ser procurado e seduzido para dirigir uma das equipes mais fortes do Chuteira, o Fora de Série, Leandro teve de deixar seu cartão de visitas.
 
Ele aterrissou no Chuteira junto ao extinto Cabeça Rachada, dos amigos Luisinho Fernando, Fabinho e seu “irmão” Tché – sagrando-se campeão do IV Chuteira de Bronze. Nunca jogou, sempre ficou de técnico porque tinha um trato com Luisinho de um dia atuarem juntos. A parceria não foi 100% dentro de campo, mas acabou sendo 5050%. Ele como técnico e Luisinho como jogador. E foi um sucesso.
 
Dali ele passou a frequentar mais as resenhas e fez amizades. Leandro adora um papo e contar causos de futebol é com ele mesmo. Dessas amizades vieram o convite para treinardirigir outras três equipes: Magnatas (semestre passado, poucos jogos), e os Roleta Russa Olímpico e Clássico (nunca oficialmente no Chuteira). O Invictus foi um caso de amor à primeira vista. Aceitou o convite e está lá há mais de três anos.
 

Junto aos amigos do Cabeça Rachada, campeão do IV Chuteira de Bronze

Todo esse reconhecimento só foi possível pelo jeito calmo e parceiro, mas exigente e enérgico, que o marcam em sua atuação como técnico. Essas características podem afastar alguns, mas quem gosta de seriedade e buscar melhorar sempre enxerga nele um carisma intenso e sincero – às vezes até demais. Sua competência é atestada pelo curso de técnico da Federação Paulista de Futebol. Com experiência e autoridade, tem uma visão de futebol peculiar, só percebida no bate papo cara a cara. Nesta entrevista, ele dá uma palhinha, mas se cruzar com ele pelos corredores, entre um jogo e outro, troque uma ideia sobre o universo da bola. Você vai amá-lo e querê-lo no seu time, ou então vai odiá-lo para todo o sempre. Modéstia pode não ser o forte do rapaz. Ele fala de tudo com propriedade. A alguns, incomoda.
 
Confira a entrevista exclusiva com o jornalista e historiador Leandro Dias, o técnico do momento no Chuteira de Ouro.
 
Você dirige, atualmente, duas equipes, e em séries distintas. Já comandou, também, equipes em todas as divisões do Chuteira, inclusive o 5. Como faz para lidar com tantos jogadores, números e esquemas táticos? Quais os pontos fáceis e os difíceis?
A maior dificuldade é conseguir em pouco tempo identificar todas as características dos jogadores. Qualidades e deficiências. Depois disso, você adequa a equipe ao que pretende ou vice-versa, o que for mais rápido e/ou der resultado mais rápido. O certo é que não existe receita de bolo. Cada elenco, adversário e situação na tabela exige uma leitura. Faz parte da função lidar com tantas variantes.
 
Há um mito de que as divisões são distintas. Sente essa diferença? Quais são os pontos de dissonância entre elas?
Sim. São muito distintas. A Ouro, por exemplo, tem características muito específicas que envolve intensidade e jogar em quadras grandes. Cada uma possui suas características. Prata e Bronze são as que mais se assemelham.
 
Fale sobre jogadores “raiz” e jogadores “nutella”. Como é lidar com essa mistura dentro de um time?
Essa denominação pegou, né? Se fizer uma enquete o que significa, cada pessoa vai responder uma coisa. O jogador deve ter determinação, humildade, estar aberto a coisas novas e jogar para o time, e não pelo time; o resto se ajeita.
 
O Invictus, hoje, é um time a ser batido na Prata. Muito se deve ao trabalho feito pelo Moacyr Junior (manager e zagueiro) ao longo dos últimos semestres. Porém, parte desse crescimento é graças também a você. Como foi fazer emergir uma equipe desacreditada em um time respeitado brigando seriamente para subir à Ouro?
O Invictus vem ganhando seu espaço na Prata. Temos muito que aprender e sofrer para ser uma equipe equilibrada e cascuda. O mérito é todo do Moacyr. Ele passou por um momento que toda equipe de amigos vive: a transição de gerações. É um processo dolorido e que cobra um preço alto e injusto ao gestor. Pra mim, seu maior mérito foi achar jogadores de qualidade e com o espírito da equipe. Existem acertos e erros, mas o resultado mostra que ele tem acertado muito. Até a questão da minha longevidade – estou pertinho dos 100 jogos pelo time em 3 anos –, foi mérito dele, e exigiu decisões duras.
 
Na final da Divisão Prata do Apertura, em sua sexta final com o Invictus, enfim a taça e medalha de campeão
 
Invictus foi campeão da Divisão Prata da IV Copa Apertura, em março. Sentiu-se aliviado após o time perder tantas finais consecutivas (5 no total)? 
Todos os vices foram comigo! (risos) Foi bom para o time, saber que podem chegar lá. Alívio, não. O título é consequência de um trabalho. E este vem sendo feito, ia chegar a hora.
 
Acredita que o Invictus tem panca para ser campeão da Prata deste semestre? Quem poderá acabar com esse desejo? O que você projeta para o time daqui pra frente?
Queremos vencer, mas não somos ingênuos. Condor’s, Camelo, HidroNG, Imperial, Só Risada são equipes muito competentes e favoritas. Estamos no nível das demais. Estamos ali na porta do baile. Se convidarem, vamos pra festa.
Outra equipe que você dirige é o Fora de Série, hoje na Ouro. Trata-se de um trabalho no início. Como você encontrou o time em sua chegada? Foi bem recebido? Acredita que alguém não tenha gostado da sua contratação?
Fui muito bem recebido. Tanto pela velha guarda quanto pelos jogadores. Tem sido uma experiência motivadora. Rapidamente você se sente parte de algo maior. Muitas peças saíram, e o time vem sofrendo com isso. Sua pergunta sobre alguma rejeição me surpreendeu. Fora das quadras, (Thiago) Dacal, Deco e (Rafael) Sega, que foram os últimos técnicos, além do Clebão – referência do espírito do Fora de Série –, são os que mais me ajudam e torcem por mim. Não sei se haveria esta harmonia entre presente e passado em outra equipe.
 
Acredito que sua chegada é para transformar o time em campeão. Como fazer isso acontecer, já que o Forão é considerado “cavalo paraguaio”? Há um plano psicológico para fortalecer a mente dos jogadores ou apenas na base da tática será possível?
O time tem uma excelente base tática montada pelos três que citei acima. Neste quesito meu trabalho foi simplificado. Uma sintonia fina devido à vinda de novos jogadores. Tecnicamente, o time é muito bom, mas o fantasma das quartas de final faz parte do grupo (o FdS perdeu os últimos 5 confrontos de quartas de final que disputou, edições XVI, XVIII, XIX e XXII da Ouro, respectivamente para Mercenários, Arouca, Mulekes e de novo o Arouca, e na edição XV da Prata para o Peneira). Nesta fase o emocional influencia muito. Com certeza meu maior desafio.
 

Pela 3a rodada, o time foi surpreendido pelo SPQSF e perdeu por 3 x 1, quando era apontado como amplo favorito à vitória. A tônica da Ouro é essa mesma? Não tem time bobo? Quem pode atrapalhar os planos do Fora de Série de, finalmente, levantar o caneco?
Não surpreendeu. Sabíamos da proposta de jogo deles e o quanto são dedicados e competentes nisso. Todo jogo é difícil, e tem de ser encarado com extrema atenção para que o time saia vencedor. As equipes mais tradicionais e que já venceram sempre são os times a serem batidos. Das quartas de final em diante não tem como escolher, o que vier será pedreira. Este semestre será de aprendizado pra mim, e do Fora sobre mim. Tenho de pensar primeiro em classificar, depois tentar classificar bem, o que parece muito próximo. E aí um passo de cada vez.
 
Você teve uma passagem pelo Roleta Russa Olímpico. Diria que ela foi positiva? Por que não continuou na equipe? Houve divergências com alguém?
Foi sim. Partiu de um convite de meu amigo Vadão (Osvaldo Artini, técnico do Roletinha) logo que saí do Cabeça Rachada. Aprendi muito com ele. Fomos campeões da Prata (edição XII) juntos. Além da parte técnica, tive a oportunidade de conhecer um estilo diferente de gestão administrativa. Vindo de fora, claro que você discorda de algumas situações, mas também colabora com muita coisa nova. Neste aspecto houve muitas divergências, mas em relação à comissão técnica e jogadores, tudo foi muito correto. Saí por causa do nascimento do meu filho. Queria aproveitar. Voltei três meses depois para o Roleta, mas desta vez ao Clássico, através do Fernando Sartori. Queria de novo estar à frente de uma equipe como treinador. O Vadão me incentivou a ficar na franquia, e ainda hoje trocamos figurinhas.
 
Nas nossas conversas informais, você fala de jogadores habilidosos, mas sem inteligência. Como é trabalhar com esse tipo de jogador? Prefere um grupo repleto de habilidosos sem mente, ou uma equipe de inteligentes, mas sem habilidade?
Caramba, Douglas, não posso escolher uma equipe habilidosa e inteligente? (Não, meu caro, a vida não é tão simples e mágica assim (risos)). É mais difícil trabalhar com a primeira característica, porque esse jogador só sabe fazer de um jeito, mas este jeito ganha partidas pra você. Porém, o que poucos percebem é que muitas vezes também perde jogos. Quando tomamos um gol, pouca gente vê que isto ocorreu porque um jogador não cumpriu sua função defensiva, ou que a jogada nasceu de uma opção errada e viciada no ataque. Contudo, não abro mão de jogadores assim. Prefiro os habilidosos do meu lado. Meu trabalho é tentar mostrar uma opção nova. 
 

Como você classifica o Leandro que chegou ao Chuteira em 2013 em comparação com o atual Leandro? Em quais pontos mudou? E em quais se aperfeiçoou? E em quais permanece o mesmo?
Está aí uma pergunta que não sei responder. Comecei com um time de amigos, em que tinha muita liberdade de falar qualquer coisa. Acho que nisto não mudei, mas melhorei a forma de fazer isso, de forma mais leve. 
 
Você foi campeão do IV Chuteira de Bronze com o Cabeça Rachada, time que contava com Luisinho Fernando e Tché. Conte-nos sobre esse momento. Quais suas lembranças? Como conseguiu conduzir um elenco talentoso, mas de personalidade, rumo ao título?
O Cabeça me trouxe ao mundo do Chuteira. Havia jogado futsal com Fabinho, Paixão, Tché... Moramos todos no mesmo prédio e nos conhecemos há mais de 30 anos. O único com quem não havia disputado nada, embora sempre acompanhávamos a carreira um do outro, era o Luisinho (Fernando, tricampeão da Ouro com o Bengalas e atual jogador do HidroNG). Sou bem mais velho. Não queria, e fisicamente, não podia mais jogar. O Fabinho convidou e declinei, aí ele veio com a solução bem ao seu estilo: “Cara, precisamos disputar alguma coisa juntos, sabe que é um sonho pra mim! Vou te inscrever, se não quiser jogar, vai de técnico.” Não podia frustrar o Lú. Conheço ele desde que tinha uns quatro anos. Vi que foi sincero. Foi um período de grandes jogos, vitórias, um título invicto e várias confusões. Muito aprendizado.

Acabou de começar a 3a edição do Chuteira Girls. Quando teremos Leandro Dias dirigindo uma equipe feminina? O que lhe falta para ser treinador das meninas? 
Seria muito interessante. Fiquei perto disso recentemente. Acho que não é o momento, muito pelos compromissos que já assumi. Quem sabe mais adiante?
 
 
Tem alguma equipe dentro do Chuteira de Ouro a qual você gostaria de treinar em algum momento? Caso sim, qual seria esse time?
No momento estou bem onde estou, mas naqueles exercícios de “supondo que...”, tem. Umas duas ou três, mas aí é segredo, né?!
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