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Azulão marca no fim, supera Camaro e coroa retorno à elite com o título

Renan Paladino (texto) e Danih Reina (fotos)
Dez 14, 2016
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Contrariando as projeções iniciais, derrubando os times considerados favoritos e por consequência a lógica, Real Madruga e Camaro chegaram à decisão da mais surpreendente edição da Série Prata. O primeiro, com campanha irregular na fase de classificação, cresceu no mata-mata, despachou Fúria, Morada Choque – que terminara como campeão de sua chave – e, nas semifinais, sem dó nem piedade, aplicou 7 x 0 no Invictus. O segundo, mais consistente na primeira fase, não precisou disputar as oitavas de final. Entretanto, nas quartas, esteve à beira de ser eliminado e teve de se superar para derrotar o Imperial após estar perdendo por 2 x 0. Nas semifinais, bateu o forte time do Raça. Era chegado o momento do duelo decisivo. Neste, quem levou a melhor foi o azulão, que chegou ao gol da vitória já nos instantes finais, coroando com o título o retorno à elite.

O Madruga – que não contou com o suspenso Vilhena – começou o duelo com maior de posse de bola, rodando o jogo e buscando o melhor momento para finalizar. Na primeira chance, Rafa Ornelas dominou na entrada da área e abriu na direita para Miral. Mamute saiu bem e interceptou. Em nova tentativa da equipe, Saulo arriscou chute rasteiro, da intermediária. Mamute caiu e segurou firme. O azulão voltou a assustar quando Russo finalizou também de média distância, obrigando o arqueiro aurinegro a buscar no canto direito.

Do outro lado, no primeiro bom momento a favor do carro amarelo, Choco arrematou da intermediária. Carioca caiu no canto esquerdo, espalmando para escanteio e fazendo boa defesa. Pelo Madruga, Russo escapou pela direita e serviu Saulo, livre na área. Este bateu e Mamute fez grande intervenção, salvando sua equipe.

Aos 19, o Real tirou o zero do placar. Em falta próxima à área, Zaron finalizou rasteiro, Rafa Ornelas desviou (muito de leve, quase imperceptível!), e o goleiro aurinegro, com a visão encoberta, nada pôde fazer. 1 x 0! Ainda no primeiro tempo, mais uma oportunidade para o azulão. Zaron concluiu da entrada da área e Mamute, com os pés, fez outra boa defesa.

Fim da etapa inicial. Apesar do resultado magro, o Real dominava as ações, chegando bem ao ataque e praticamente não sendo ameaçado. Mamute evitou prejuízo maior ao Camaro. Na saída do campo, Peixe cobrava os companheiros: “Está faltando intensidade nessa p...”, “Vamos agitar essa p...”, eram algumas das frases gritadas pelo camisa 33 aurinegro. Com propriedade.

A bronca e a conversa no intervalo surtiram efeito. O Camaro voltou para o período derradeiro com outra postura, tanto que teve a primeira boa chance. Rico ajeitou na direita para Cana chutar cruzado, rasteiro. Carioca, com os pés, colocou pela lateral. Em compensação, o Madruga desperdiçou chance incrível. Paulinho tabelou com Miral pela direita e cruzou para Rafa Ornelas, completamente livre e de frente para o gol finalizar. Mamute defendeu. O camisa 9 madruguense perdeu uma oportunidade que não costuma perder. Inacreditável! Pouco depois, ele deixou o campo se lamentando muito.

O Real seguiu insistindo. Pela esquerda, Gui fintou o marcador e bateu cruzado. A bola passou com perigo, próxima ao ângulo. Do outro lado, o carro amarelo também desperdiçou ótima chance. Tevez abriu na direita para Choco. Este devolveu para o camisa 45, livre na área, concluir para fora. Incrível! Mais Madruga: Gui escapou pelo flanco direito e ligou Saulo na área. Este tentou a devolução para Gui, que foi obstruído por Alexei. Na cobrança da falta, Saulo finalizou sobre a meta.

Aos 14, Choco acionou Correa, livre na área. O camisa 14 aurinegro foi atropelado por Carioca, que recebeu cartão amarelo. Pênalti indiscutível. Na cobrança, o próprio Choco deslocou Dias, tocando no canto esquerdo do goleiro. Tudo igual! 1 x 1! Após o gol, o Camaro pediu tempo. Assim que a bola voltou a rolar, Paulinho entrou como goleiro-linha do azulão durante os dois minutos em que Carioca esteve fora. O carro amarelo, embalado pelo empate, marcou presença no campo ofensivo. Choco experimentou tiro de média distância, a bola desviou nos adversários e sobrou na área para Correa arrematar para fora.

Aos 20, o Real retomou a vantagem no score. Em contra-ataque, Russo arrancou pela intermediária à direita e arriscou chute rasteiro, de canhota, quando podia ter tocado para Rafa Ornelas livre dentro da área. Mas o pequeno valente foi feliz e mandou no canto direito. Mamute chegou a encostar na bola com a ponta dos dedos, mas ela entrou de mansinho em 2 x 1! Na sequência, o azulão quase chegou ao terceiro. Após cobrança de escanteio pela direita, Paulinho emendou de primeira. A pelota quicou na frente de Mamute, que, no reflexo, deu um tapa nela, desviando para corner e fazendo boa defesa.

Nos instantes finais, já sem muita organização, o Camaro pressionou em busca de nova igualdade, que forçaria a prorrogação. Na entrada da área, Rico escorou para André concluir sobre o gol. Depois, Choco, na intermediária, limpou a marcação e chutou rasteiro. Carioca defendeu com os pés. Na sobra, Rico bateu para fora.

Não havia tempo para mais nada. A festa era azul e branca. O carro amarelo reagiu no segundo tempo e arrancou o empate. Entretanto, após igualar, o time se empolgou e foi com tudo ao ataque. Com isto, ficou muito exposto na defesa e acabou sofrendo contragolpe que resultou no gol da vitória madruguense.

O azulão retorna à elite enfim como campeão da Série Prata. O Camaro fica com o vice-campeonato. Méritos às duas equipes, que desbancaram times apontados como favoritos no início da competição e fizeram uma grande final. No entanto, ambos demonstram que precisam de reforços para sonhar alto e não passar sustos na próxima edição da Série Ouro.

Ficha técnica

Real Madruga 2 x 1 Camaro – Final do XVI Chuteira de Prata

Gols: Rafa Ornelas e Russo (RM); Choco (C)

Cartões amarelos: Carioca (RM); Choco e Alexei (C)

MVPs: 1 – Russo (Real Madruga); 2 – Choco (Camaro); 3 – Zé (Real Madruga)