A mesma raça. A mesma valentia. A mesma coragem. A mesma insistência. A mesma surpresa. O Maestria que empatou com o Abre o Olho por 2 x 2 no tempo regulamentar pelas quartas de final da Copa Calcio foi idêntico ao plano apresentado na fase classificatória. Os maestristas têm em seu DNA pressionar para depois sofrer de verdade – nunca foi jogo de cena. Os olhudos foram os mesmos como sempre, rodaram muito bem suas jogadas, fazendo Giba trabalhar, mas a costumeira desatenção em pontos-chave acabou levando o time à decepção nos tiros livres de shoot out. Juncal e Bertazzo converteram suas cobranças, enquanto Beza e Hulk ficaram no arqueiro maestrista - consagrado como o destaque da classificação inédita do Maestria às semifinais.
O Abre o Olho entrou com sua recente formação clássica. Higuain e Cesinha na defensiva, enquanto a meia-quadra era de Vini Biro, Beza e Winni. Luan à frente no pivô. Time mais que conhecido dentro da Liga Chuteira de Ouro F7. O Maestria, por sua vez, chegaria com seu exército azul e branco: da lista de inscritos na Calcio, somente Xan e Leo Pivot não compareceram. O professor Angola teria muito material humano para trabalhar - os olhudos estavam sem Renan Bertaglia, Andrade, Fernandinho, Miltinho, professor Montore... Escanteio da esquerda para Parmeja voar e cabecear, mas Higuain, em cima da linha, salvou o AO - momentaneamente - no minuto 2!
O começo alucinante do Maestria era sabido. Talvez os olhudos não tenham acompanhado o Planeta Chuteira da Copa Calcio no YouTube. A cada programa, foi salientado o ímpeto maestrista. Sem pivô, o time trabalhava na pressão no ataque com Makoto, Trombelli e Juncal. Isso confundia a marcação olhuda. A velocidade da dupla Makoto-Trombelli foi compensada em jogada do primeiro, que levou da esquerda pra dentro e sentou a paulada. Trombelli fez o seu tanquinho funcionar ao desviar a trajetória e liquidar Kelson! 1 x 0!
Precisando reagir, o AO não sabia o que fazer com o melão. Encaixotado pela concentrada defensiva que contava com Aro, Parmeja, Vini - uma infinidade de maestristas que entravam e saíam de quadra - não fizeram Giba sujar o uniforme até o minuto 13. Foi quando Higuain cacetou da entrada da área, obrigando o goleiro a fazer bela defesa a corner! Juncal equilibrava a defesa com o ataque, mas o momento olhudo era para deixar o professor Angola preocupado. Pediu tempo para corrigir posicionamento. Xiiiiiiiiii... Logo no retorno, de Beza para Caio no pivô, que devolveu para a classe do olhudo 10: bola milimetricamente no ângulo direito! 1 x 1!
O tento de igualdade esfriou ainda mais a temperatura dentro e fora de quadra. Restavam poucos minutos para a troca de lados e ambos os times pouco arriscaram. Juncal, Rossi, Parmeja, Henras, Trombelli e Vini começaram a etapa final preocupados em não serem surpreendidos. O Abre o Olho, experiente que é, também mantinha postura cautelosa.
Aos 5 minutos ocorreu a primeira real emoção. Após falta na ponta esquerda batida por Higuain e tirada pela defensiva maestrista, a zaga olhuda ficou pressionada atrás, mas se virou bem e Luan abriu para Higuain dominar na esquerda e sapatar, mas para grande intervenção de Giba!
O segundo jogo das quartas de final da Copa Calcio era nitidamente uma guerrilha mental. Ninguém se expunha tanto. Aos 8' Rossi avançou pela direita e desceu a paulada para Kelson espalmar e a zaga olhuda afastar em seguida! Mesmo assim, arriscar não fazia parte dos vocabulários de olhudos e maestristas.
Quando ninguém dava absolutamente nada para nenhum lado, o Maestria encaixou boa jogada para Ian "Benzema" Polillo completar o 2 x 1 e surpreender Cesinha e todos que o faziam companhia no banco de suplentes! Porém, de lá mesmo, assistir Tsuboi acertar bom arremate para fazer 2 x 2 logo no minuto seguinte!
O Maestria era pura intensidade. Anular os olhudos jamais seria fácil. Não à toa, a equipe cometeu 10 faltas coletivas no jogo. Inclusive, ao sofrer o segundo tento, já estava pendurado e por isso a marcação afrouxou organicamente. Porém, a igualdade também passou - novamente ressaltando - pelo bom trabalho defensivo dos maestristas, que já começava no ataque ora com Bertazzo, ora com Vigliazzi, mas sempre com o fominha (por permanecer em quadra, porque o menino é solidário quando envolvido em jogadas se encontra) Makoto.
O professor Angola pediu tempo aos 19 minutos e, obviamente, a tensão estava estampada em cada rosto. No retorno, poucas oportunidades e, sem mais delongas, a arbitragem encerrou o bom confronto - com o Maestria se livrando de ceder shoot out no tempo normal.
Nos tiros livres do mesmo - parcialmente evitado - shoot outs sairia o segundo semifinalista. Beza foi o primeiro. Era colocar o melão no balaio e pressão no Maestria. Porém, além de parar na excelente defesa de Giba, não aproveitou o rebote! De 10 pra 10, e Juncal foi o responsável por deixar os maestristas mais próximos do sonho da inédita classificação com potência no canto esquerdo!
Responsabilidade gigantesca - do tamanho da história do Abre o Olho - nos pés de Hulk. A carregada foi estilosa bem como sua deslocada, mas Giba deu toque sutil com as pontas dos dedos para a conclusão ir à linha de fundo! Coube a Bertazzo carregar e chutar no canto esquerdo para colocar o Maestria entre os quatro melhores desta edição da Copa Calcio! A história estava feita!
Ficha técnica
Maestria FC 2 (2) x (0) 2 Abre o Olho – Quartas de final da XVI Copa Calcio
Gols: Trombelli e Ian Benzema (MFC); Beza e Tsuboi (AO)
Cartões amarelos: Trombelli e Vigliazzi (MFC); Luan (AO)
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