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Calma, jovens de variadas idades, por que tanta "pilha"? Sim, você que joga, dirige sua equipe, apita, organiza, reporta, atende, anota…

Você também, Douglas Almasi.

Qual é o real sentido da sua vida quando pensa em Liga Chuteira de Ouro F7? É cristalino que cada indivíduo tem seu propósito quando faz a autorreflexão. Incluo aqui também as mulheres que acompanham os jogadores, porque me fascina olhar pessoas que poderiam usufruir do próprio sábado com diversas atividades que não fosse ver um bando de gente adulta atuando como se a 5ª série escolar fosse o modelo da vida, mas estão sentadas apenas se divertindo num camarote virtual acompanhando gente que vai do êxtase à destruição e vice-versa, após o resultado final estar homologado. 

Tanta "pilha" por quê, jovens de diversas idades?

Insisto na pergunta. Porque não é possível que apenas na vitória resida a sua felicidade. Impossível a convivência sadia em qualquer sociedade se pensar e agir dessa maneira unilateral. Não seria diferente na alta roda chuteirística. Então por que não aceitar definitivamente a imperfeição e amá-la como ela merece, pois assim o sentido da vida fica mais... transparente? Essa pressão interna... vem do externo? Vem de sua alma? Das crenças consumidas e estudadas - e que são tácitas em seu cérebro -, mas que se chocam com as crenças consumidas e estudadas - e que são tácitas nos cérebros das outras pessoas - que cruzam seu caminho?

Sintonia. Boa sintonia.

Foi um membro do quadro de arbitragem da Liga Chuteira de Ouro F7 - e que apita em diversas outras competições espalhadas por São Paulo, porque essa é uma de suas fontes de renda aliadas ao próprio prazer em arbitrar para outras pessoas - que levantou a palavra "sintonia". A conversa informal trouxe o ponto de reflexão que eu, Douglas Almasi, gostaria de ver o Planeta Chuteira de Ouro fazendo após ler esta coluna (pratico esse tipo de autorreflexão desde abril de 2010): cadê aquela sintonia que tínhamos? De saber que estamos nos esforçando, mas que não deveríamos forçar tantas barras para si próprios e para outras pessoas? Saber que o choque de gerações é inevitável? Cadê a nossa boa e saudável sintonia, Chuteira de Ouro?

É só relaxar que ela retorna.

No último sábado fiquei "livre" nos corredores da Liga Chuteira de Ouro F7. Isso me permite assistir a vários jogos simultaneamente - obviamente não de modo analítico por extremo, mas satisfatório para algumas análises jornalísticas futuras. Uma sensação de liberdade que não sentia há alguns sábados: nem sempre é fácil "casar" horários, e muitas vezes a Organização fica "vendida" com a falta ou atraso de um repórter ou de anotadores, fazendo-me ficar "preso" a algum jogo (o que também é bom, pois meu cunho crítico se torna vantajoso obtendo mais informações). Nos quilômetros que percorro entre as Arenas e os Estádios, encontrar vocês pelo caminho é uma enorme satisfação. Quanta gente conversei/revi nesse retorno pós-pausa de feriado. As turmas do OC Tabão e do Danonight: distintas, mas excelentes na bola e no papo. Thiaguinho, Cavenco e Joninhas: a gafe deste que vos escreve não pode ser mais valorizada que os, respectivos, Cacildes de Ramos e Panela. Rozin e Binha: pensem na idade de vocês antes de qualquer decisão. Enfim, como sempre, muitas vozes passaram por mim e isso é estimulante.

Relaxa que ela retorna.

Gosto de encontrar pessoas de equipes diferentes na mesma conversa. Tento sempre isso ao pensar em gente convidada a participar das gravações do Planeta Chuteira e fazermos uma salada muita louca. Quase nunca dá certo. Presencial é mais fácil, sim. No último sábado, dirigi-me, em minhas caminhadas, ao portão dos fundos do Estádio Chuteira de Ouro 5 e estava, sem companhia, sentado no bancão de ferro, Dener Germano. Converso com o "mister Torce Contra" desde que o mesmo chegou mocinho ao mundo chuteirense em 2016. Uma oportunidade dessa - e ainda acompanhando a excelente vitória do Juvena por 4 x 0 sobre o MachuPichu pelo Grupo B da Ouro - não deveria ser dispensada por mim. Sentei-me na outra ponta do banco e parecia que a gente estava na beira do lago jogando conversa fora (sem a influência de Os Banshees de Inisherin, por favor). Não completou três minutos de resenha e chegou Guilherme Fongaro. Simplesmente o MVP das finais da edição dourada passada, contribuindo com o título do Wake 'n' Bake em cima do próprio TC de Dener. 

A conversa franca e regada à diversão com zoeiras sadias foi permeada por uma genuína maturidade demonstrada tanto por Dener quanto Fongaro - a qual sempre apostei desde que os conheci há aproximadamente oito anos. Estávamos eu, e dois personagens que já se tornaram icônicos na (gosto muito dessa expressão) "cauda longa” da Liga Chuteira de Ouro F7, em sintonia. Relembramos histórias de triunfos e fracassos, e comparamos com o presente de todos que se envolvem nesse circo chamado Chuteira de Ouro. Em nenhum momento, repito, nenhum momento, senti que as duas personalidades estivessem "pilhadas". Em suas mentes, deduzo que a palavra "equilíbrio" é um mantra. Uma sensação que gera um misto de "me garanto mesmo se eu fizer merda" com "não posso deixar que outras pessoas me tirem do sério com tanta facilidade", acredito. Saber que enxergar a imperfeição é boa. Pode corrigir rotas.

Nas lembranças dessas passagens históricas de Torce Contra e Wake 'n' Bake pela Liga Chuteira de Ouro F7, Fongaro recordou com orgulho dos dois títulos sobre o Mulekinhos  - no IV Chuteira 5 e no VII Chuteira de Aço, este com direito a um insólito 8 x 1 na decisão (relembre aqui). Dener não sabia desses dois fatos e ficou espantado: dois jogadores do Mulekinhos, uma equipe sempre competitiva em alto nível, à época, jogaram no TC - ele não disse os nomes. O manager reconhecia o tamanho dos feitos que transformou a única equipe "de playboy" a levantar a Série Ouro desde o início da "era profissional do Chuteira de Ouro" (meados de 2013) em respeitada desde que ingressou na LCOF7, em 2014. Fongaro, porém, relembrou-me (novo ineditismo para Dener): o mesmo WB que fez freguesia em decisões, tornou-se freguês do Condor's (um abraço para o criador Neno, que esteve presente ao vivo nos corredores chuteirísticos) na Bronze 13 (semifinais) e Prata 17 (quartas de final). Olha ela aí, a imperfeição.

Não houve a necessidade de puxar o assunto Ouro 29: o título do TC por 2 x 0 na final contra o WB naquela ocasião veio à tona naturalmente. Tanto quanto - e normalíssima - lembrança do troco - no gol-salvador de Lipe na morte súbita depois de 4 x 4 no tempo regulamentar. Duas perfeições e imperfeições andando lado a lado paralelamente dependendo do ponto de vista. Essa compreensão é adquirida por pessoas que têm a mentalidade vencedora. Ganhar não pode ser no grito, como suscitou em sua coluna Pimba (parabéns por esse retorno e com reflexão positiva para a volta da boa sintonia) o colega jornalista Lucas P. (leia aqui se ainda não leu). Nem com burocracia (calma, galera do Avaí Xurupita, a burocracia de vocês é outra (risos)).

Tento pensar cada vez mais estatisticamente: a semente plantada dará início a um processo que deverá ser bem cuidado por mim. Sem água, sem adequação de um local, sem dar carinho, conforto e atenção, essa suposta planta não renderá sucesso. Traduzindo ao meu dia a dia profissional, noto que os entraves que eu coloco vão causar mais impaciência em outras pessoas. Logo, preciso ser o menos burocrático possível. Para tal, necessito de um melhor planejamento mental. Isso causa pressão. Interna por enquanto, que logo receberá o reforço externo.

Nota-se no parágrafo acima que a burocracia é a gente mesmo que impõe! Vamos partir do princípio do assunto que mais está rendendo debates fora do momento: a apresentação da documentação no dia do jogo. Há equipes organizadas que já seguem exatamente o protocolo para evitar burocracias e consequentes atrasos no horário da quadra. Outras, nem tanto. A partir de um incômodo conflito de egos nasce um atraso que irrita a quem está envolvida com o ambiente. "Por que não pode ser documento digital?". "Essa medida é caça-níquel?". "Qual é o objetivo dessa regra?". Enfim, inúmeras questões fora do principal contexto: há uma regra a ser cumprida pois há pressão da organização, que é pressionada pela locatária do espaço dos jogos, que é pressionada pela clientela. Para por aqui o vasto ciclo pois já está entendido que esse tipo de assunto se resolve durante a semana, e não no sábado do jogo! Uma tentativa de ganhar vantagem às custas de pessoas que estão sendo pressionadas!

Observação do editor: a apresentação de documento original sempre foi padrão no Chuteira. Até ano passado, quem não apresentava documento não jogava. Este ano abriu-se precedente para jogar com o RG digital em caso de esquecer outro documento físico. Veja bem: segue sendo obrigatório o físico, mas quem esquece – ou “esquece” – para não perder viagem tem a opção de pagar uma multa de 20 reais. Você pode escolher não jogar, simples.

Positiva a conversa com Beto - este mostrando uma liderança frente ao Sexta-Feira que não havia notado de antemão. Porém, ele próprio reconheceu - assim como meu amigo Saraiva: não era para se debater a burocracia da lei num momento de calor e pressão para quem trabalha com eventos, causando incômodo para várias partes; os jogadores rivais veem o imbróglio e pressionam por w.o. O atraso para apresentar e regularizar documentação no dia do jogo causa mal-estar logo de cara. A arbitragem vai apitar o início do jogo tensa porque era para ter começado essa partida bons (e bote bons aí) minutos antes. Um dos entraves - repito, apenas um dos inúmeros entraves burocráticos feitos por nós seres humanos - que poderiam ser evitados era esse: já sabe que, se não resolveu durante a semana, não é no sábado de jogos, antes da preleção, que tem de haver um congresso técnico para saber se a regra é aquilo ou assado!

Ei, sintonia, você tá voltando?

Atraso com o uniforme, atraso de elenco, atraso da arbitragem, atraso da Organização, atraso do jornalismo. Atraso de Douglas Almasi. Será que é válida essa avaliação? Sinto que vocês gostam da Liga Chuteira de Ouro F7 no fundo. Porém, por que tanta pressão? Quem está fazendo isso com você? É a burocracia do ser humano ou o ego masculino nos pressionando?

Volto a citar Rozin e Binha, ambos no Colônia 355 - time de jovenzinhos que surpreendem na Bronze - porque sofrem a pressão de serem bons jogadores a jogarem com outros bons jogadores, mas que não foram campeões ainda dentro da Liga Chuteira de Ouro F7. Meu amigo Nery acabou de levantar as orelhas e dilatar as pupilas ao ler essa parte: se não tá fácil a autopressão para pessoas com média de, sim, pasmem, 20 anos de idade, imagine para a trupe do seu Madureira, com cinco anos a mais em média em relação aos guris do C355? O foco madureirense é ganhar o título porque, segundo palavras do próprio Nery em conversa informal, o tempo está passando.

Por que essa pressão, gente chuteirense?

Entra aqui a minha tentativa de fugir da hipocrisia (da pieguice às vezes é mais complicado não se associar). Sou parte responsável pela "pilha", sim.

Além de ser um membro da Organização, sou responsável pela coordenação jornalística da Liga Chuteira de Ouro F7. Essas partes movem inúmeras pessoas. Aumentam as responsabilidades. No papo informal e saboroso com Dener e Fongaro, ou com a rapaziada do Danonight, é mais fácil falar abertamente sobre equipes entre desempenhos e relações dentro e fora de quadra. No vídeo, ou na parte escrita, é necessário um cuidado extremo de minha parte. Sim, estou me lamentando sobre pressão. Porém, aceitei os desafios das tarefas de coordenar tanto a semana com a equipe de reportagem quanto o sábado num local onde circulam em média 500 pessoas. Para isso, preciso limpar burocracias. Preciso retomar minha sintonia.

Pressão, tchau.

Ela já é um fardo muito grande para carregar. Por que trazer ainda mais carga para dentro de si? Entender o ego masculino é importante, sim, professor Moralez, vai por mim você e você que lê esta coluna. A chave para controlar um homem que depois vai se juntar ou formar um grupo está em entender como um homem comum age. Junte isso às influências das internets, televisões e, agora também, podcasts, e teremos a construção de uma bomba que será detonada na hora inadequada. Quem vai apertar o botão da explosão será o primeiro a ter o famoso e famigerado "comportamento de 5ª série" como premissa para sua condução num sábado de Liga Chuteira de Ouro F7.

Questão de uniforme. Algo a ser debatido durante a semana para não haver burocracia que gera incômodos. Questão da bola estar cheia ou apita ao jogo. Algo a ser resolvido no pré-jogo (momento ao qual os jogadores não estão nem aí para esse tipo de preocupação) e não na hora que vai começar o jogo.

Questão dos atrasos de jogadores. Há um regulamento onde todos e todas estão cientes do que deve ser feito, e se algo saiu do script, é porque alguém exerceu burocracia - se foi intencional ou não é outra conversa. Aliás, boa lembrança: se você não se programou para estar no horário combinado, e usa a prerrogativa junto a sua equipe de retardar ao máximo o início de a bola rolar, o seu expediente gerou um clima de tensão para o resto do sábado. Se foi no primeiro horário então, pior ainda. É completamente fora do propósito.

Ligue-se em outra pressão que atrasa qualquer lado. O que eu ouvi de reclamação de jogadores contra jogadores da própria equipe é impublicável. O fogo-amigo é uma das materializações da burocracia que age no etéreo, e que irá reverberar no desempenho coletivo. O que você acha que vai acontecer de o seu desabafo for para um amigo mais próximo do time, e não direcionada à pessoa a qual sua raiva te consome? Clima de insegurança. Não sentar para reparar algumas arestas logo após o resultado reverso ajudará em que sentido? Apenas à negatividade. Se a bomba já explodiu, o melhor é ajudar a colher os cacos, e não sair de perto do seu grupo para fofocar sobre comportamento de A ou B para a pessoa que também não está focada no bem da equipe.

Você já está chegando, sintonia?


A arbitragem entra nesse balaio com certeza. A burocracia lançada entre uma partida e outra ao permitir aquecimentos e preleções do tamanho de um tempo de 25 minutos gera desconfortos. Idem a comunicação da arbitragem com todo mundo envolvido num jogo. Ouvi algumas reclamações sobre alguns comportamentos e isso repassarei a quem for de direito, mas, durante a semana, nos bastidores. No sábado, qualquer membro da arbitragem só quer realizar seu trabalho sem aporrinhamentos. Entra de novo o assunto levantado por Lucas P.: você acha que copiar a cultura do futebol de campo profissional e tentar adaptar a um universo completamente avesso vai beneficiar o quê? A você ganhar um jogo e só? Lamento.

Então as formas de diálogos dentro de quadra precisam ser revistas por todos. A arbitragem aceita conversar, mas de uma forma. Qual? Isso você terá de descobrir. Com certeza não é no tom "5ª série" que berra quando contrariado. 

Ela chegou!

Olha você de volta, sintonia. Estava com saudade. A burocracia estava querendo vencer, mas eu sei que você sempre prevalecerá. Noto que a maioria das equipes não é burocrática nos bastidores. Fico com essa parte como melhor para se trabalhar. O ambiente fica mais sadio para todo mundo trabalhar, jogar, todo mundo se divertir. Recupere sua sintonia se adaptando às realidades. "Pilha" pra quê? Relaxa que tudo se encaixa.
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